terça-feira, 24 de julho de 2007

Com as polidas cintilações das ondas eles enredam o mar e aspam de brancura o voo das gaivotas (S. Alba, “os poetas”, 1974: transcrito em “albas”, Edições quasi)

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Sobral em sais de prata

(A rua e o homem...)


(1. Quase 4 horas, ou 11 e 20?)





(2. Quase 4 horas, ou 11 e 20?)



segunda-feira, 16 de julho de 2007

Em voltas com a Luz….


1. Goethe,

homem de estado, poeta e cientista alemão, prestes a morrer, terá exclamado “Mehr licht!” – Mais luz! Seria interessante saber se foi o poeta ou cientista que falou. Como poeta poderia ter toda a luz do Mundo. Como cientista e olhando de soslaio, no campo da óptica, para Isaac Newton, tinha certamente necessidade de “mais Luz” para poder afirmar que Newton estava errado.


2. A Luz Oblíqua

A luz oblíqua da tarde
Morre e arde
Nas vidraças.

Nas coisas nascem fundas taças
Para a receber,
E ali eu vou beber.

A um canto cismo
Suspensa entre as horas e um abismo.

A vibração das coisas cresce.
Cada instante
No seu secreto murmurar é semelhante
A um jardim que verdeja e que floresce.

(Sofhia de Mello Breyner Andressen, em Dia do Mar, Editorial Caminho)


3. LUZ

Todo o deus é Deus em cada som
cada púcaro de barro
ou fio de azeite

Toda a flor é flor em cada estame
Ou folha. Toda a flor é Deus
Em cada grão de pólen.

Toda a mãe cortando o pão
Está no centro das estrelas.

Toda a luz

(José Fanha, em Tempo Azul, Campo das Letras)



3. À luz das estrelas

À luz das estrelas
o seu olhar
emprestava.
Passado
algum tempo
todo o universo
a mirava.

(João Alexandre, em Emoções, Edição: Câmara M Belmonte)

sábado, 14 de julho de 2007

Ontem-2


E vai daí, ontem, pensei, também, em Teilhard de Chardin. Nos meus anos 20, falaram-me dele. Do Jesuíta e do paleontólogo, do cientista e do pensador (pareceu-me vê-lo, ao de leve, no filme, As Sandálias do Pescador). Mercê dos seus estudos e ideias que não colheram a bênção dos seus superiores, foi proibido de ensinar, de escrever, de publicar as suas obras. Um belo dia (dia de Páscoa – 10 de Abril de 1955) morreu o Homem. E mesmo assim, os seus superiores, da Praça de S. Pedro, continuaram a silenciá-lo.
Mas, sinto a sua contínua agitação cósmica…
(Os Torquemadas continuam ou nunca descontinuaram?...)

Por isso, ontem, os meus olhos estiveram perto das lágrimas.

Ontem-1

Ontem, andei, por aí, triste. Um amigo, o Joaquim, morreu. Em 1975, o café do Max tinha vida(s). Agarrados às mesas. A luz parecia que nasci ali todos os dias. Ali. Os sonhos eram os nossos – de cada um. E havia muitos. Gestos também e erguiam-se no ar – livres. As vidas, essas, alinhavam-se nesta contínua vereda cósmica.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Albertine Sarrazin


Albertine Sarrazin

1967-07-10

Hoje, falo (de falar) :
Da ladra, da prostituta, da escritora. Falo pouco.
Por falar. Foi há 40 anos a sua morte. Numa sala de operações, em Montpellier. O rim deu parte de fraco. Mas, fraco, fraco era o anestesista. Não era diplomado. Não a viu, nem lhe fez qualquer exame antes da operação. Morreu, no auge da sua criação literária. Posteriormente a sua escrita foi objecto de estudos na Faculdade e serviu de base a várias teses.
Livre, libertadora ou libertária?

sábado, 7 de julho de 2007

Eu sei


Eu sei. Nós sabemos: Há só uma Terra.
Do Homem e dos Bichos.

Da memória lembro:
- Os trincaldos da minha ribeira de infância que corria cristalina das firmes fragas da Cabrieira;
- As águias do Tarrastal;
- O melro-peixeiro, lindo e veloz, que se escondia para lá da cascata da levada, no barroco de Carvalho.

— Onde estão?

Hoje e aqui pensemos:
- em Félix Rodrigues de la Fuente e nos seus “Planeta Azul” e “El hombre Y la Tierra”;
- em Jacques Cousteau e no seu “Calipso”.

Faça-se Luz disse Deus.

Pleneta Terra, hora do Sol, em dia de Live Earth,
faça-se Luz …

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Desenho

(A.Paiva desenhou em 18/07/69 numa carteira de fosforos)



Desenho

Do silêncio. Do rosto.
Hoje o Mar é meu.
E a Terra
— aterra.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Quando nasceu

Quando nasceu leram-lhe os direitos: Tudo o que fizeres, disseres ou pensares será usado contra ti. (João Alexandre, Emoções, 1997. Edição da Câmara Municipal de Belmonte)

domingo, 1 de julho de 2007

Em memória de:





Hei!... Pai,
Tinhas os bois, a terra, a lavra, a jorna. Os Jornais – sempre. E a paixão.
Se aqui estivesses, pai, terias esta nova e veloz forma de comunicar. E, eu sei – a mesma paixão.