sábado, 29 de setembro de 2007

Ali... ao lado




(Torre - Serra de Estrela - 1980)






quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Plantas e animais…

Noticia o Jornal Público (mundo – 20) que foram descobertas em Thua Thien, no Vietname, onze novas espécies de plantas e animais. Sendo assim, o planeta terá ficado mais rico. Mas, cuidado! Estas espécies de plantas e animais que se cuidem: Chegou o homem, esse bicho perito em extinguir espécies…

Futebol

Santana Lopes 1 Sic Notícias 0:
O jogo (a entrevista) mal tinha começado. O José Mourinho, acabava de chegar ao aeroporto, falava. Fazia render o seu peixe, que vai descansar com a família e que à excepção do Vitória de Setúbal não irá ver outros jogos, blá, blá... A SIC Notícias não podia perder pitada, podia lá agora… Era o que faltava!… Mourinho é um “ser especial”. E a SIC Notícias é a SiC Notícias, nem mais. E sempre era notícia. E que grande notícia, o Zé Mourinho chegava à Terra, onde o futebol abre os noticiários das Televisões e da Rádio. É o endeusamento futebolístico em marcha. Santana Lopes era o entrevistado, naquela preci(o)sa hora, a SiC Notícias interrompe a conversa e faz a ligação ao aeroporto, o “ser especial” está em terra, anda e fala, não pode perder tempo. No estúdio, de volta à conversa, Santana Lopes não gostou. Resolve “dar com a porta na cara”. A entrevista termina. Santana Lopes é também especial (será?) não gosta de ser desrespeitado. Desta vez o homem tem razão!

domingo, 23 de setembro de 2007

Poetas do Sobral-3

NATÁLIA E ARY

Deixem
Que eu cante
O encanto das palavras
Banais.

Das touradas
Ideais.

Das desfolhadas
Locais.

Das palavras
Escritas
Ditas

Por mãos gordas
Ricas

De Ary
De Natália

Do Tordo
Da Simone

Dos Eurofestivais.

Dos encontros
Nos recontros

Policiais

Do Cila
Do Afonso
Do Fanhais

De tantos outros

Os tais
Que fazem falta

Voltam a fazer falta
Demais!

(In poemas meus - Lobo Mata, em Prosas e Poes(i)as, edição de autor, Lisboa, 2005) PS. Lobo Mata é o pseudónimo de Virgílio Simão. Faz parte da Tertúlia Poética “Ao Encontro de Bocage e colabora com assiduidade no Arauto de Bocage, revista com publicação bimestral.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Aquilino Ribeiro



(Boletim informativo, Série II, nº.20, 1970 - Fundação C Gulbenkian)



No dia em que os restos mortais de Aquilino Ribeiro, esse vulto da Língua Portuguesa, foram trasladados para o Panteão Nacional, fica aqui (também) a minha homenagem.






terça-feira, 18 de setembro de 2007

Velharias...ao sabor da Língua



(Boletim informativo, Série II- n.º 20 -1970, Edição - Fundação C. Gulbenkian)

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Poetas do Sobral-2



Mil nove e dezasseis
Quando eu vim a Portugal
Vinte e cinco de Setembro
Nasci eu no Cadaval

Não conheci a parteira
É verdade o que eu digo
Lavaram-me com água morna
E cortaram-me o umbigo

Logo dei três cambalhotas
Passado mais um bocado
Mamei leite de uma cabra
Não havia condensado

Nessa manhã tão formosa
Antes de Nascer o Sol
Me vestiram uma camisa
Ao cantar do rouxinol

Mil nove e dezasseis
Minha mãe me deu à luz
O nome que ela me pôs
José Francisco da Cruz

Meu padrinho pôs-me a vela
Minha madrinha me acorda
O padre que me baptizou
João dos Santos Taborda

(José Francisco da Cruz, em Poesias do Cruz, 1987, Edição póstuma)

Ps. Mais conhecido por Ti-Zé Hermínio. Nascido de pais pobres e humildes que faleceram quando ainda era criança. Não frequentou a Escola. Contudo, aprendeu a ler e a escrever aos 11 anos com um colega de trabalho. Com uma qualidade nata para inventar e contar anedotas, esteve ligado ao teatro cómico no Sobral nos anos (19)50/60, sendo famosa a sua “música muda” mercê da sua notável capacidade mímica. Foi um diamante bruto que nunca foi lapidado…

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Poetas do Sobral – 1

ESPOIR Voilà, vous trouverez, ci-joint, ces vers écrits En ces jours si cruels de tristesse et de pleurs. Les larmes vont séchant, j’entrevois des lueurs Éclairant de nouveau les moments que je vis. Bien sûr, je n’oublie pas tout ce que j’ai vécu: La sagesse et l’amour d’un foyer très uni. J’ose espérer pourtant trouver un coeur ami, Et revivre à nouveau d’autres jours bienhereux. Laureano Soares, Rêves Orphelins, Editeur: Par écrit et compagnie, coopérative Candiac – Québec, 2006

domingo, 9 de setembro de 2007

Por este Zimbro… acima





















Anualmente. Subo. Pelo zimbro. A Serra de Estrela está aqui com o muito seu Juniperus rastejante. De rastos, mercê dos ventos, da altitude, da neve. Ou, por gosto de sentir… o chão – a fraga. O seu meio-irmão do Norte, mais alto (anda pelos quase 5 metros) escapa-se para Espanha. Em Espanha, o indígena é protegido. Em Portugal, não. Este ano, o (meu) zimbreiro estava e… ficou, ainda, carregadinho de grandes bagos pretos! Dos bagos que tenho haverá perfumes e sabores em redor dos comeres e beberes!

domingo, 2 de setembro de 2007

Pela Serra de Carvalho…


Pela Serra de Carvalho, passava sempre aquele homem e o seu moço. O homem era ou dizia-se cego. Por isso, tinha um moço. Era o guia, o seu anjo da guarda, o seu cúmplice. Para caminhar, o homem que se dizia cego servia-se dum cajado. Ele pegava numa ponta o moço na outra e, assim, em fila, seguiam caminho.
Este homem cego era visto muitas vezes no Sobral, principalmente quando os lagares estavam a andar. Além de cego, dizia-se também pobre. E pedia. Pedia sempre azeite. Cantarolando de porta em porta: “Dêem-me uma beirinha de azeite para temperar o caldinho”…Muitas vezes ouvia: “Que Nosso Senhor o ajude”, ao que ele respondia com má cara: “Com estas ajudas hei-de ir bem”. Arrogante e selectivo não aceitava outro bem. Dinheiro não havia. Mas, milho, feijão, centeio, sim. Ele é que não aceitava. Só azeite!
No Sobral uns diziam que era de Balocas, outros que era de mais longe e que era rico, no mínimo remediado. E havia mesmo quem dissesse que aquele homem era o “ceguinho de luriga”.
Um dia bem perto do Natal, as nuvens ameaçavam-nos com a chuva prestes a cair, o homem que se dizia cego e o seu moço vindos do Sobral regressavam a detrás de Serra, como sempre, pelo Caminho de Carvalho. Aproximavam-se do Barroco das Rasas. Ao ouvir o tropel, o meu pai e o nosso vizinho Rafael que cavaqueavam na berma do caminho, encobertos pelas oliveiras do Ti-Zé Abílio, calaram-se. Eu, miúdo, já estava calado há muito – não me metia na conversa de homens… Entretanto, o homem que se dizia cego, terá “olhado” para a Serra de Carvalho e disse para o seu criado “temos de nos apressar já está a chover na Serra”. A Serra era já ali… a um quarto de légua, começava-se a subir até à Colada da Teixeira. O moço ao dar-se conta da nossa presença, tossiu duma maneira esquisita. O homem de imediato mudou de postura, calou-se e ao passarem por nós nenhum deu a salvação, como era seu hábito.
Pouco tempo depois, começou a chover de grande…