Veio de longe, de mansinho. O meu (chamei-lhe) zezito. De gravata e bem vestido, o pintassilgo (Carduelis carduelis) trazia consigo a sua companheira e enamorados, seduziram-se pelo lugar. De fronte dos meus olhos, olharam-me nos olhos e fizeram de conta que não me viram. No meu, fizeram em dois dias, o seu ninho. Trabalharam com alegria e empenhadamente. A sua casa, na glicínia a 320cm da portada da minha cozinha, era uma obra perfeita. Ao abrigo da chuva, era, no entanto, vulnerável ao vento do Noroeste. O vento soprava forte, mas não se importavam, até parecia que gostavam do balancé. O trânsito na Rua não os perturbava, tão pouco o barulho da digital. No entanto, pouco depois do início ou fim da postura (nunca saberei) enjeitaram o ninho. Bastou uma tarde, depois das 17 horas, ou na madrugada seguinte. Destruíram o(s) ovo(s) e partiram. Terão partido tristes. E não terão entendido o miar rouco do gato preto que no auge do seu cio procurava, também, a sua dama.
Voltarão em bandos, eu sei, no Outono. À procura, no lado Nascente, das sementes, o seu pão. Em bandos! Mas não serão os 40 ladrões, nem chuparão o sangue fresco da manada…
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| A analizar o espaço envolvente... |
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| A olhar-me nos olhos... |
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| A planificar... |
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| A primeira pedra... |
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| A primeira placa |
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| Falta material... |
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| Mais um tijolo... |
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| Pausa no trabalho. Um pintassilgo não é de ferro... |
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| Obra quase pronta... |
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| Últimos retoques... |
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| Obra pronta... |
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| Teste - solidez das estruturas... |
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| Acabada a obra, canta. "Canta amigo, canta"... |
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| Atento. Algo se passa... Ouve-se o miar rouco do gato preto! |
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| Abandonado o ninho, vêm as formigas pelos restos da(s) gema(s). ( A Natureza a funcionar). |
