segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Curiosidade...

Em 1937, no Sobral já havia gente interessada em fazer bom vinho com a ajuda dos sábios… ( “E esta, hem?”)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

terça-feira, 14 de outubro de 2008

O FIO DA PALAVRA

(In O Fio da Palavra de António Barbosa Topa, 1993,Edições ACAP 77 Dammarie-les-Lys - França, Ilustrações de António Paiva/Carlos Ortil)

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Este pão...

Este pão, esta sede de Outono… – É vento da memória.

os três seios de Novélia

“III Portugal. Hoje, Novélia não apareceu. A rua desta cidade crescia às cinco e um quarto da tarde. De Novélia apenas o cheiro característico da rua: «arothron aerostaticus». É que para lá da rua há um mercado. Agora a rua ganhou a sua exacta dimensão real e está assente finalmente na estatística com as suas leis, geometria, equilíbrio vital, tempo rígido. Uma rua que ia dar a todas as ruas do mundo. Uma rua onde nunca mais passarei. (Estou a escrever na boca do meu quarto. O quarto pertence-me como os olhos ou o perónio. É neste quarto que faço os projectos para o mundo. Neste quarto tenho as flores mais comerciais, as espingardas mais modernas, as palavras mais ocidentais. Foi deste quarto que Aquiles partiu para o cerco de Tróia. Foi neste quarto que Dédalo, grande arquitecto, traçou o plano do labirinto de Creta. Foi neste quarto que perdi Novélia.) Novélia não mudou de cidade. Nem de rua. Nem mesmo de rosto. Mas se tu um dia descobrires casualmente a rua desta cidade não te esqueças do relógio. Se chegares adiantado espera, se chegares depois do tempo atrasa o relógio. E às cinco e um quarto começa a descer. E pergunta a todas as mulheres que encontrares a subir (só as mulheres que sobem). E se alguma te disser que o seu nome é Novélia leva-a contigo, mata-lhe a solidão e dá-lhe este livro. Talvez ela goste e sorria mesmo. Novélia apareceu só neste livro. Por isso o escrevi. Na Austrália, a esta hora os indígenas pintam o corpo depois de um interdito. É um sinal de alegria. Eu agora que acabei este livro devia pintá-lo de verde ou amarelo para deixar de ser o início de uma preocupação. Na Austrália, o fotógrafo europeu dá instruções para os indígenas sorrirem pois a Europa espera o retrato para começar uma guerra ou uma viagem de turismo.”
(In “os três seios de Novélia” de Manuel da Silva Ramos [Prémio de Novelística Almeida Garret 1968] 1ª. Edição, Editorial Inova Limitada, Maio de 1969; 1ª. Edição na Dom Quixote , Julho de 2008)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

APRENDE

Aprende a lição do vento quando acaricia o mar. Vê como a água treme só de o ouvir cantar.
(João Alexandre, Emoções, 1997, Ed. Câmara M Belmonte)