domingo, 15 de julho de 2012

O SOBRAL, EM FESTA!



Esta semana, mais propriamente nos dias 21 e 22 (Sábado e Domingo), todos os caminhos vão dar ao Sobral de São Miguel. Aqui, terá lugar um acontecimento, cultural, recreativo e gastronómico, que, em face do Programa apresentado, me parece ser o evento mais arrojado desde a Festa Civil (levada a cabo em 28-08-1949, caso que foi considerado uma proeza, pelo facto de se ter realizado em plena época salazarista e fora da alçada da Igreja Católica. A dita festa culminou com o lançamento dum Balão, obviamente, não tripulado, que segundo o relato de algumas pessoas que assistiram terá percorrido umas centenas de metros. Com esta façanha levada a cabo pelo Ti-José Peixinha poderá dizer-se que o Sobral também tem uma quotazinha na evolução do Balonismo em Portugal. A organização da festa esteve a cargo do Ti-Barroca que providenciou as autorizações por parte das Entidades Oficiais) e a Festa relativa às Comemorações do Centenário da elevação do Sobral a Freguesia, em 1988, organização da Junta de Freguesia liderada, na altura, pelo Sr. Eng. Francisco do Santos, em que actuou o conjunto 7ª- Legião, sobre um engenhoso palco montado sob um espelho de água.
Sendo uma das componentes do programa a Animação Teatral, é-me gratificante homenagear, aqui e agora, essa figura ímpar, que foi José Hermínio, homem de teatro, comediante, grande contador de anedotas e um mestre que ao servir-nos a “sua música muda” nos ensinava os primeiros passos no entendimento da mímica; e também uma outra figura, não menos relevante, Virgílio Ferreira, com o qual convivemos de perto e nos brindou com a encenação de várias peças teatrais, entre as quais, a mais importante, “Morte e Vida Severina” do poeta brasileiro, João Cabral de Melo Neto.
O Nasci Aqui” deseja a todos, Organização e Povo do Sobral, as maiores venturas e faz votos para que a Festa, seja uma Festa!

(José Hermínio. O seu rosto: Umpalco, uma plateia,um Mundo...)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Manuel Francisco Cousinha

Ignoro se o relógio da Torre da Igreja do Sobral é o mesmo adquirido, em 1955, a Manuel Francisco Cousinha, ao tempo, com oficina em Almada. Sendo certo que o mostrador é o mesmo. Sei que este senhor acompanhou a sua instalação. E que era natural de Sobral Magro, concelho de Arganil, relativamente perto de Sobral de São Miguel. Dele se dizia, naquela altura, que enquanto menino e moço, aí pelos seus doze anos, ter feito um relógio, com corcódias (casca do pinheiro bravo), lata, e um chocalho a fazer de sino. Esta façanha tê-la-á feito enquanto pastoreava as cabras. Um dia, o seu pai, ao aproximar-se do palheiro/curral, ouviu o relógio “ a dar” horas, curioso e pensativo, abriu a porta do palheiro e na parede viu dependurado o dito relógio. E, claro, como era hábito, naquele tempo, pensou de imediato em dar uma carga de porrada ao Manel. “Querem lá ver que o raio do garoto roubou o relógio!” E esperou com impaciência a chegada do rapaz. Este, quando se aproximou do palheiro e viu o pai, começou por manter-se â distância e só se aproximou dele depois de argumentar que tinha provas de que não o tinha roubado. Entrou no palheiro, levantou duas faxas de feno e o pai viu ali dezenas de peças não utilizadas na construção da obra. Abraçou o Manel e disse-lhe: “Filho, tu não és deste mundo. O teu mundo vai para lá destas serranias”. E o Manuel Francisco Cousinha, posteriormente ter-se-á fixado em Almada, onde veio a instalar “ A Boa Construtora”.

Há dias, ao fotografar o mostrador, lembrei-me desta história e do tempo em que acompanhei o meu pai, durante a manutenção que fazia mensalmente ao relógio. E para confirmar se a história do Manel, em Sobral Magro, tinha algo de verdade, perguntei ao  Google. A diferença situa-se somente na matéria-prima: “casca de carvalho” ou "casca de pinheiro".



terça-feira, 3 de julho de 2012

"Nem só o homem sobe à Serra"


Cabeço d'á Nave - Sobral de São Miguel