quarta-feira, 27 de junho de 2007

Explicação dos modos


1. A modos que isto de ser o princípio custa. Sempre. Trepar. Era o fim e princípio.
Vejo a Estrela do Norte e não tenho chão. Sumiu-se. O eco encontrou a fraga. E esta não responde. Expandiu o sinal e sei que não haverá resposta. Sei e fico sem jeito, sem arte…

2. A modos que isto de ter/ser espaço custa. Tenho a Língua e a estrada. Estou aqui, e (a)li. Tenho dúvidas. E dívidas. Ao José-Alberto Marques e tantos outros que me empurraram... Para nada. Hoje, respiro. O líquido. Procurarei, aqui, ser livre e libertário. Falarei da aldeia e do que me envolve. Disto e daquilo. Sem pressas…

(em jeito de editorial)

sexta-feira, 22 de junho de 2007

NASCI AQUI


Nascer aqui: No Sobral. Era Abril. E aqui tudo era difícil. Até a noite era escura, muito escura, sem lua. E um homem caminha pela rua, vai com pressa. Bate três vezes à porta do Sr. Chico. E responde: “é por causa duma injecção”. “Ah! Já sei”. E lá foram ambos a caminho do futuro. E houve… madrugada. Protestei. E senti o sabor amigo do leite. Corri. Pelos montes, subi, desci, veredas e caminhos. Com o professor José Pereira percorri, a tremer, o alfabeto. O verbo, a escrita. Fui aos pássaros e aos ninhos, aos peixes tomei-lhes o gosto. De pastor andei com quatro companheiras de montes e vales: A Mialva, a Motcha, a Ferreira, a Negra. Das cabras, a Mialva era de longe a mais inteligente. Sabia das couves, das videiras, do zaburro: Foi premiada com um chocalho. Para se perder, sem me perder. Ah! Depois, cresci (ainda cresço). E depois, ainda, o travo amargo da aguardente…
Hoje. Verão. Ando por aqui, até calhar!

Nascer aqui: Subo pela primeira vez ao éter. Com este espaço, neste espaço, subo. Atrevo-me a ir para além de Fernão Capelo Gaivota…
Hoje. Verão. Andarei por aqui, até calhar!