segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Inquéritos Pombalinos (continuação)

(Por Gabriel dos Santos)
SEGUNDA PARTE INQUÉRITOS PAROQUIAIS DE 1758 I - QUESTIONÁRIO ENVIADO AOS PÁROCOS § 1º O que se procura Saber dessa terra he o seguinte. Venha tudo escripto em Letra Legivel sem breves. 1º. Em que Provincia fica? a que Bispado, Comarca, Termo, e Freguesia pertence? 2º. Se he del Rei, ou de Donatário, e quem he ao presente? 3º. Quantos visinhos tem, e o numero das Pessoas. 4º. Se está situado em Campina, valle, ou Monte; e que Povoações se descobrem della e quanto dista? 5º. Se tem termo seo: que lugares ou aldeas comprehende: como se chamão: e quantos visinhos tem? 6º. Se a Parochia está fora do Lugar, ou dentro d'elle ? e quantos Lugares ou aldeas tem a Freguesia, e todos pelos seos nomes? 7º. Qual he o seo Orago: quantos altares tem, e de que Sanctos: quantas Naves tem: Se tem Irmandades: quantas, e de que Sancto? 8º. Se o Parocho he cura, vigario, ou Reitor, ou Prior, ou Abbade e de que appresentação he, e que renda tem? 9º. Se tem Beneficiados: que renda tem; e quem os apprezenta? 10º. Se tem Conventos, e de que Religiosos, ou Religiosas; e quem são os seos Padroeiros? 11º. Se tem Hospital: quem o administra; e que renda tem? 12º. Se tem casa de Misericordia, e qual foi a sua origem, e que renda tem? e o que houver de notavel em qualquer destas cousas. 13º. Se tem algumas Ermidas, e de que Sanctos; e se estão dentro, ou fora do Lugar, e a quem pertencem? 14º. Se acodem a ellas Romagens sempre, ou em alguns dias do anno, e quaes são estes? 15º. Quaes são os fructos da terra, que os moradores recolhem com maior abundancia. 16º. Se tem Juis Ordinario da Camara: ou se está sujeita ao governo das Justissas de outra terra; e qual he esta? 17º. Se he couto, cabesa de Conselho, Honra, ou Behetria? 18º. Se ha memoria de que florecessem, ou della sahissem alguns homens insignes em virtude, Letras, ou armas? 19º. Se tem Feira, e em que dias, e quantos dura, e se he Franca, ou Captiva? 20º. Se tem correio, e em que dias da semana chega, e parte? e se o não tem, de que correio se serve; e quanto dista a terra aonde elle chega? 21º. Quanto dista da Cidade Capital do Bispado; e quanto de Lisboa, Capital do Reino? 22º. Se tem alguns privilegios, antiguidade, ou outras couzas dignas de memoria. 23º. Se ha na terra, ou perto della, alguma fonte, ou Lagoa celebre; e se as suas aguas tem alguma especial virtude. 24º. Se for Porto do mar; descreva-se o sitio, que tem por arte, ou por natureza; as embarcações que o frequentão, e que pode admittir? 25º. Se a terra for murada, diga-se a qualidade de seos muros, se for Praça d'armas descreva-se a Fortificação; se ha nella ou seo destricto algum Castello, ou Torre antiga, e em que estado se acha ao presente. 26º. Se padeceo alguma ruina no Terremoto de 1755, e em que: e se está já reparada. 27º. E tudo mais, que houver digno de memoria, de que não faça menção o presente Interrogatorio. § 2º O que se procura saber dessa Serra he o seguinte 1º. Como se chama? 2º. Quantas Leguas tem de comprimento; e quantas de Largura; aonde principia, e acaba? 3º. Os nomes dos principaes braços d'ella. 4º. Que rios nascem d'entre de seo sitio, e algumas propriedades mais notaveis d'elles: as partes para onde correm; e onde fenecem? 5º. Que Villas, e Lugares estão assim na Serra, como ao longo d'ella? 6º. Se ha no seo destricto algumas fontes de propriedades raras? 7º. Se ha na Serra minas de metaes, ou canteiros de pedras, ou de outros materiaes de estimação? 8º. De que Plantas, ou hervas medecinaes he a Serra povoada, e se se cultiva em algumas partes; e de que genero de frutos he mais abundante. 9º. Se ha na Serra alguns mosteiros, Igrejas de Romagem, ou Imajens milagrosas. 10º. A qualidade do seo temperamento. 11º. Se ha n'ella creações de gados, ou de outros animaes, ou caça. 12º. Se tem alguma Lagoa, ou fójos notaveis. 13º. E tudo o mais, que houver digno de memoria. § 3º O que se procura saber do Rio d'essa terra he o seguinte 1º. Como se chama assim o rio, como o sitio onde nasce. 2º. Se nasce logo caudaloso, e se corre todo o anno. 3º. Que outros rios entrão n'elle, e em que sitio. 4º. Se he navegavel, e de que embarcações he capás. 5º. Se he de curso arrebatado, ou quieto, em toda a sua distancia, ou em alguma parte d'elle. 6º. Se corre de Norte a Sul, se de Poente a Nascente: se de Sul ao Norte; ou de Nascente a Poente. 7º. Se cria peixes; e de que espece são os que trás em maior abundancia. 8º. Se ha nelle pescarias; e em que tempo do anno. 9º. Se as pescarias são livres, ou de algum Senhor particular em todo o rio, ou em alguma parte d'elle. 10º. Se se cultivão as suas margens; e se tem muito arvoredo de fructo, ou Silvestres. 11º. Se tem alguma virtude particular as suas aguas. 12º. Se conserva sempre o mesmo nome, ou o começa a ter differente em algumas partes; e como se chamão estes; ou se ha memoria, de que, em outro tempo, tivesse outro nome? 13º. Se morre no mar, ou em outro rio, e como se chama este, e o sitio em que entra nelle. 14º. Se tem alguma cachoeira, repreza, levada, ou açudes, que lhe embarassem o ser navegavel. 15º. Se tem pontes de cantaria, ou de páo; quantas, e em que sitio. 16º. Se tem moinhos, Lagares de azeite, pizões, noras, ou outro algum engenho. 17º. Se em algum tempo, ou no presente se tirou, ou tira ouro das suas aréas. 18º. Se os povos usão livremente de suas aguas para a cultura dos campos, ou com alguma pensão? 19º. Quantas leguas tem o rio; e as povoações por onde passa desde o seo nascimento ate onde acaba. 20º. E qualquer outra cousa notavel, que não vá neste Interrogatorio.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Eram saborosas...


... mas acabaram-se.




Homenagem:
Às águias que planavam no Tarrastal, em busca de caça;
Às alturas;
Aos pastores, que tocavam flauta no barroco da Tijosa (pastores dos Ti-Romões);
e no barroco de carvalho ("Joaquim" Silva).

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Inquéritos Pombalinos - Continuação

(Por Gabriel do Santos) IV - ANOTAÇÕES 1 - PRODUTOS AGRÍCOLAS Em 1734 segundo o Dicionário Geográfico do Pe. Luís Cardoso:
(Quadro 14 - Ordem de citação dos produtos agrícolas em 1734)



2 - PASTORÍCIA

Segundo as informações de 1734 Aldeia de Carvalho tinha o privilégio de apascentar o gado miúdo nos coutos da Covilhã até 25 de Março. O convento de Nª Sª de Guadalupe, na Estremadura espanhola, podia apascentar 15 mil ovelhas na Serra da Estrela.

3 - INDÚSTRIA

O Pe. Cabral de Pina noticía que, além da Real Fábrica, com pisão, tinte e prensa, havia na Covilhã 65 teares, 15 pisões, 14 tendas de tosar e prensar e 10 tintes (dois eram de azul de dorna).

4 - FEIRAS

O Pe. Cabral de Pina não citou a feira de S. Miguel e afirma que todas elas são francas.

5 - POPULAÇÃO

No Dicionário Geográfico Boidobra aparece com 83 fogos e Casegas com 89, quando para o prior de S. Silvestre contava 80.

6 - HOMENS ILUSTRES

a - Desembargador Manuel de Sequeira Castelo Branco
Filho de Filipe Caldeira Castelo Branco e D. Beatriz Machado; neto paterno de António Delgado da Costa e D. Antónia de Sequeira; neto materno de Pedro Vaz Fragoso e D. Maria Machado. Natural da Covilhã, viu aprovadas em 1679 as suas diligências para leitura no Desembargo do Paço
[1].

b - Desembargador Manuel Monteiro de Sande e Sousa
Natural da freguesia do Socorro, Lisboa, faleceu na Covilhã a 8-9-1695. Desembargador na Relação do Porto e Síndico da Câmara de Lisboa. Casou a 25-12-1662, Covilhã, com D. Maria Teles de Eça, filha de João Homem de Eça Teles e D. Isabel Ribeiro Sardinha; neta paterna de António da Costa Teles e D. Genebra Mendes de Almeida; neta materna de Diogo Sardinha (familiar do Stº Ofício por carta de 1590) e D. Beatriz Esteves.

c - Ten.- General João Ferreira Feio de Gouveia Tavares
Filho de João Ferreira Feio e D. Maria Teixeira Tavares; neto paterno de João Ferreira Feio, governador de Alfaiates, natural de Moimenta da Serra, e de D. Isabel da Serra, Unhais da Serra; neta materna de Sebastião Fernandes Carrega e D. Maria Teixeira. Casou a 19-4-1700 (S. Pedro de Gouveia) com D. Maria de Vasconcelos, filha do padroeiro das igrejas de Orjais e Verdelhos, João Mendes de Vasconcelos.

d - Frei D. Domingos Barata
Natural da Erada. Religioso da Ordem da Trindade, lente de Teologia na Universidade de Coimbra. Qualificador e deputado do Stº Ofício por provisão de 23-11-1869
[2], veio a pregar o sermão no Auto de Fé realizado em Coimbra a 14-6-1699[3]. Bispo de Portalegre (1707-1713), onde faleceu a 27-4-1733.
Filho de Manuel Fernandes Rombo e D. Maria Barata; neto paterno de Pedro Fernandes Rombo e D. Ana Nunes (Cortes do Meio); neto materno de Manuel Barata (de Álvaro) que veio casar à Erada com Catarina Fernandes a 3-5-1579.

e - Frei Gabriel Barata da Guerra
Sobrinho de D. Domingos Barata. Baptizado na Erada a 13-9-1681. Faleceu a 6-4-1749. Filho de Manuel Dias Ferreira e D. Maria Barata; neto paterno de Pedro Dias da Guerra e Maria Ferreira (Paúl); neto materno de Manuel Fernandes Rombo e D. Maria Barata.
Freire professo da Ordem de S. Bento de Avis e colegial no Colégio Real das Ordens Militares (708) de que veio a ser Reitor. Na Universidade de Coimbra regeu as cadeiras de Clementinas (1737), Decreto (1739) e Prima (1748). Deputado do Stº Ofício (Provisão de 23-1-1740
[4]).

7 - APRESENTAÇÃO ÀS IGREJAS E BENEFÍCIOS

a - João Tristão da Cunha Brandão Castelo Branco
Fidalgo da Casa Real, familiar do Stº Ofício (por carta de 28-11-1733
[5]), natural e morador em Moimenta da Serra. Filho de Manuel Soares de Carvalho, cavaleiro da Ordem de Cristo, governador de Buarcos e Figueira da Foz, e D. Antónia Micaela de Carvalho Brandão; neto paterno de Simão de Carvalho e D. Francisca Soares de Araújo; neto materno de Tristão de Carvalho da Cunha e D. Ângela Brandão. Casado com D. Maria Brandão de Moura, de Galizes, filha de Miguel Brandão e D. Maria Marques de Moura.

b - Manuel Robalo Tavares
Natural de Gonçalo. Filho de Manuel Robalo Tavares e D. Maria de Vasconcelos (de Gouveia, onde casaram a 89-1707); neto paterno de Manuel Robalo Tavares e D. Maria Fragoso; neto materno de Francisco Machado de Vasconcelos (por cujo intermédio recebeu o padroado da igreja) e D. Bárbara de Aragão Cabral.

c - Pe. Luís Paulo Bandeira Portugal
Nasceu na freguesia de S. Silvestre a 4-7-1715. Filho do Dr. Domingos Antunes Geraldes Portugal (Alpedrinha) e D. Antónia Maria Josefa Bandeira; neto paterno de Francisco Nunes Portugal e D. Maria Geraldes; neto materno de Luís de Mesquita Bandeira e D. Clara Cardoso.

d - Pe. Filipe da Costa Freire
Filho de Sebastião da Costa Freire, boticário na Covilhã, capitão de ordenanças, familiar do Stº Ofício por carta de 28-7-1730
[6] e D. Cecília Maria Cardoso; neto paterno do Ldº José da Costa e D. Catarina de Sena Coelho; neto materno de Boaventura Coelho e D. Isabel Salvado, do Fundão.

e - Filipe de Macedo Feio Castelo Branco
Filho de José de Macedo Feio Castelo Branco e D. Mariana de Barbedo Sousa e Olival; neto paterno de Bernardo de Macedo Feio Castelo Branco e D. Teresa da Costa Castelo Branco; neto materno de Sebastião Leitão da Cunha e D. Maria da Serra.
Filipe de Macedo casou em Stª Maria a 22-9-1757 com D. Maria Teresa de Eça Teles, filha de Henrique Homem de Eça Teles, Paúl, e D. Isabel Teresa Cabral de Figueiredo.
Filipe de Macedo era irmão de José Bernardo que, apesar da fama de cristã nova da sua avó materna, conseguiu a nomeação de familiar do Stº Ofício (por carta de 1734
[7]). Aliás, a esta fama encontra-se ligado Frei Domingos Barata.
Queria o bispo de Portalegre casar seu sobrinho Luís Afonso de Almeida com Serafina, filha de Sebastião Leitão da Cunha. Pousava o bispo em casa dos pais da noiva quando apareceu em seus aposentos um cartaz anónimoinfamando a pureza de sangue de Maria da Serra.
D. Domingos Barata pediu a Sebastião da Cunha que se fizesse familiar do Stº Ofício para calar os boatos.
Como este recusasse o noivado acabou.
Veio a noiva a casar com Bernardo de Macedo enquanto a irmã Mariana desposou o irmão José de Macedo.
Mariana de Barbedo viu indeferida a sua habilitação para o Stº Ofício em 1724
[8]. O Comissário Francisco da Silva Manuel reafirma a sua informação de há 15 anos sobre a fama de cristã nova de Isabel Gomes, avó de Maria da Serra.

8 - CÔNGRUA

Manuel Henriques da Silva
Natural de Joaria, A dos Francos, Óbidos, veio para a Covilhã onde seu tio Francisco da Silva Manuel era prior de Stª Maria, além de comissário do Stº Ofício. Filho de José Henriques e D. Maria da Conceição; neto paterno de Ambrósio Lopes e Maria Henriques; neto materno de João Francisco e Maria Francisca. Casou na Covilhã com D. Inês Botelho de Proença, filha do capitão João dos Santos Botelho e D. Catarina Esteves. Manuel Henriques foi nomeado familiar do Stº Ofício por carta de 8-7-1721
[9].

9 - IGREJAS E CAPELAS

Pe. Dr. Manuel Migueis (ou Miguens) do Rio
Natural de Montalvão, foi prior do Tortosendo e, mais tarde, na Covilhã. Comissário do Stº Ofício (Prov. de 9-1-1671
[10]).
Filho de Simão Rodrigues Migueis e D. Maria do Rio; neto paterno de António Migueis, Fidalgo da Casa Real e Leonor Pires; neto materno de João Vaz e Leonor Dias.

10 - PÁROCOS

a - Jerónimo de Sousa Nogueira
Natural da Covilhã, comissário do Stº Ofício (Prov. de 28-2-1745
[11]). Filho de Jerónimo de Sousa e D. Ana Maria Nogueira; neto paterno de Vicente Rodrigues Queixada e Ana de Sousa, naturais de Castelo Novo; neto materno de Bento Nogueira e Guiomar de Sequeira.

b - Bach. Pedro Nunes Nogueira
Nasceu no Tortosendo a 19-10-1702. Filho de Manuel Lourenço, Viseu, e Ana Nunes Nogueira; neto paterno de Baptista Lourenço e Domingas Francisca; neto materno de Gaspar Pires e Brites Nunes. Casou com Guiomar Teresa de Sousa, irmã do Pe. Jerónimo de Sousa Nogueira. Depois de enviuvar tomou ordens sacras. Comissário do Stº Ofício (Provisão de 27-3-1753
[12]) e Protonotário Apostólico.

c - Luís Pinheiro Mendes
Natural da Covilhã, era irmão do Arcebispo de Lacedemónia António Bonifácio Coelho. Comissário do Stº Ofício (Provisão de 29-2-1748
[13]). Filho de José Mendes Pinheiro e D. Maria Coelho; neto paterno de Luís Pinheiro e Domingas Pinheiro; neto materno de João Cardoso e Inês Coelho.

d - D. Bernardo da Cruz
Dos Cónegos Regrantes de Stº Agostinho, doutorado em teologia, de que foi lente no Colégio da Sapiência. Qualificador do Stº Ofício (Provisão de 30-2-1707
[14]). Filho de Tomé Chichorro Pinheiro, Montemor-o-Velho, e D. Maria de Abreu de Figueiredo, Lourosa.

e - Tomás da Costa Freire
Nasceu na freguesia de S. Martinho a 24-10-1696. Notário do Stº Ofício por Provisão de 3-8-1731
[15]. Faleceu a 4-1-1762.
Filho do Ldº José da Costa e D. Catarina de Sena Coe-lho; neto paterno de Diogo Luís de Andrade e D. Isabel de Andrade; neto materno de Sebastião Botelho e D. Maria Coelho.

f - Luís Diogo da Costa
Nasceu na Covilhã a 14-9-1711. Filho de Luís Mendes da Costa (fam. do Stº Ofício por carta de 23-1-1722
[16]) e D. Maria Coelho Cardoso; neto paterno de Diogo Luís de Andrade e D. Isabel de Andrade; neto materno do capitão Manuel Balseira Ravasco e D. Maria Cardoso Coelho.

g - Manuel Nogueira de Moura
Falecido com 55 anos na Covilhã a 7-9-1767, era natural da Sertã. Filho do Dr. Manuel Nogueira de Moura, Pampilhosa, e D. Maria Josefa Pinto de Queirós, Sertã.

h - João Paulo Baptista
Natural da Covilhã. Comissário do Stº Ofício por Provisão de 15-2-1765
[17]. Filho de Joaquim Baptista e Engrácia Maria; neto paterno de João Baptista Pais e Ana Maria; neto materno de António Pinheiro Mendes e Teresa Sanches.

i - Boaventura de Abranches Pinto
Filho de Manuel Duarte da Trindade (S. Romão) e D. Isabel de Abranches Quaresma (Paúl); neto paterno de Simão Duarte e Luísa Mendes, S. Romão; neto materno de Genésio Pinto de Abreu Castelo Branco, Loriga, e D. Catarina de Abranches Quaresma, Torroselo.

j - Francisco Correia Xara de Albuquerque
Nasceu na Covilhã a 18-11-1699 e aí faleceu a 14-2-1766. Filho de José Homem de Brito Freire Castelo Branco e D. Teresa de Jesus Correia Coelho; neto paterno de José Homem de Brito e D. Maria Correia Castelo Branco; neto materno de Estêvão Correia Xara e D. Maria Coelho de Albuquerque.

l - Manuel Barata
Natural do Barco, faleceu em Unhais a 28-5-1768. Filho de Manuel Antunes Preto e D. Inês Barata.

m - Manuel Fernandes Laranjo
Faleceu com 60 anos em 21-10-1768. Seria parente, provavelmente neto, do mestre de campo de igual nome, falecido no Porto em 1671, mas natural da Covilhã.

n - Manuel Lopes de Campos (+ 6-9-1759)

[1] - ANTT - Desembargo do Paço, maço 2, nº 22
[2] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 50, nº 818.
[3] - Publicado em 1717 na Oficina da Universidade de Évora.
[4] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 3, nº 25...
[5] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 66, nº 1236.
[6] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 9, nº 165
[7] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 174, nº 4173.
[8] - ANTT, Habil. Incompletas do Stº Ofício, maço 36, nº 18.
[9] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 26, nº 1633.
[10] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 19, nº 86.
[11] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 8, nº 138.
[12] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 29, nº 526.
[13] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 33, nº 451
[14] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 14, nº 508.
[15] ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 3, nº 49.
[16] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 14, nº 307
[17] - ANTT, Habil. Stº Ofício, maço 128, nº 1996

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Será que já vale tudo...

Supervisão bancária... aonde? (Fónix....)

sábado, 12 de janeiro de 2008

Sobral em sais de prata - 3


No tempo em que nas ruas do Sobral e no caminho da Vide se ouvia:

- Vekiá, Vekiá, Vekiá...e uns grão de milho saltavam do bolso ou da saca de serapilheira!

Passados uns tempos o presunto crescia nas salgadeiras e no altar de Santo António abundavam, as chouriças e as morcelas...

(A ASAE ainda não tinha nascido, que sorte...)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Inquéritos Pombalinos – continuação

(Quadro 13 - Párocos)


(Por Gabriel dos Santos)

E - LENDAS, MILAGRES E TRADIÇÕES

Seria de admirar em terras de tão arreigado misticismo e povos devotados a romarias se não aparecesse o elemento miraculoso.
Assim, os párocos informam da existência de imagens rodeadas de uma aura popular. Na Covilhã veneravam-se duas relíquias do Santo Lenho, em Stª Maria e S. Martinho. Na igreja do Salvador existia um crucifixo cuja devoção, por ser recente, não entrara ainda no domínio das lendas.
O objecto de culto era um pobre Cristo de Madeira sem pintura. Pertencia a um cristão velho. Em Janeiro de 1753 os seus donos emprestaram o crucifixo a uns vizinhos da nação judaica por altura da administração do Viático a um enfermo. A mulher, ao receber de volta a cruz, verificou na perna direita da imagem umas gotas de sangue que pareciam três picadas de agulha, e uma mancha na perna esquerda.
Temerosa, ocultou o caso a seu marido e tentou lavar a imagem. No dia seguinte o próprio marido viu o fenómeno.
Assustado, lembrado, porventura, dos rigores da Inquisição para com os profanadores de imagens sacras, o casal foi ter com o prior do Salvador. Este não lhes concedeu grande crédito e pediu o crucifixo.
O casal, não se atrevendo a tocar na imagem, rogou ao prior que a fosse buscar a casa. Ele assim fez após muita insistência.
Levando consigo a cruz, o prior fez-lhe um exame mais rigoroso vindo a encontrar outros sinais sob a coroa de espinhos.
Tentou lavar as manchas com água, vinho e álcool, mas elas mais se avivaram. Pediu então a um médico que visse a qualidade das manchas, o qual ficou em dúvida se seriam de tinta ou sangue.
Não querendo a imagem em casa, o casal colocou-a no altar mor da igreja.
Apesar das diligências serem feitas em segredo o povo começou a murmurar sobre o crucifixo e a pedir-lhe remédio para os males que padecia, verificando o bom acolhimento às suas preces sob a invocação do Salvador Crucificado. As manchas mantiveram-se algum tempo, tendo desaparecido antes de 1758.
Na Boidobra existia a ermida de Nª Sª da Estrela ligada ao aio de D. Afonso Henriques.
Andava Egas Moniz pela zona da Estrela, possivelmente dirigindo a reconquista da região beiroa, quando lhe surgem dois ursos. Ferindo uma das feras o cavaleiro recolheu-se a uma cavidade onde melhor se defenderia. Ao entrarem atrás de Egas Moniz os ursos morrem fulminados. Chamando os seus companheiros o senhor de Ribadouro contou o feito miraculoso. Procurando na cavidade encontraram a imagem de Nossa Senhora à qual dedicaram uma cape-la.
É curioso verificar como idênticas lendas se espalharam por todo o país e não serão mais que reminiscência do culto cristão durante o domínio árabe sob um ar de secretismo.
Outra lenda da luta contra a moirama se liga à ermida de Nª Senhora das Luzes em Orjais.
Naquele sítio se ergueu, diz a tradição, a cidade de Argel. Nos seus campos encontraram-se moedas do imperador Antonino e pedras com letreiros da época de César.
Neste local, conta a lenda, se travou uma batalha entre cristãos e mouros, viria rompendo a aurora . Após a invocação de Nª Senhora os mouros foram vencidos e os cristãos ergueram a ermida.
A propósito dos romanos, o prior do Teixoso faz notar que na sua freguesia se encontram vestígios de povoações antigas. Nos campos descobrem-se muitos restos de pedras lavradas, colunas, tijolos, canos e sepulturas antropomórficas abertas na rocha, antiguidades que atribuiu aos romanos ou mouros.
Falando ainda do maravilhoso não esqueçamos o carvalho que sombreava o cruzeiro situado no local da desaparecida ermida de Stª Luzia, no Teixoso. Esta vetusta árvore tinha o invulgar costume de ter duplo ciclo anual.
Perdendo a folhagem no princípio do estio voltava a cobrir-se de uma copa verdejante.
Outro facto curioso se passava no sítio dos Barros, no Peso. Semeado o campo de centeio, na altura de espigar uma fita de vara e meia secava pelo meio da seara.
Atribuía-se a curiosidade a ter por ali passado uma grade de ouro.

Inquéritos Pombalinos - Continuação



(Por Gabriel dos Santos)


D - CONVENTOS E MISERICÓRDIA

Existiam na Covilhã os conventos de S. Francisco e Stº António.
O convento de S. Francisco, de Observantes da Província de Portugal, tinha sua fundação na freguesia do Salvador. Protegido por el-rei, para ele contribuíram D. Afonso III, D. Pedro I, Fernando, D. João I e D. Afonso V. Fundado em 1226[1] em outro local da vila, nele floresceram e estão sepultados muitos frades ilustres pelo saber e virtude, além de dois bispos.
O convento de Stº António, da Província da Soledade, foi fundado em um monte fronteiro à Covilhã no ano de 1552. Recebeu grande protecção de D. João V.
O Hospital e Casa da Misericórdia não foram instituídos no tempo de D. João II, como diz o informante da Covilhã. O Dicionário Geográfico impresso em 1752 informa, e muito bem, que a Misericórdia foi fundada a 27 de Junho de 1577. Resultou da transformação da Irmandade de Nossa Senhora da Alâmpada que iniciou sua obra assistencial em 1213.
Os bens da Misericórdia, no valor de 16 576$000 reis, rendiam anualmente mais de um conto de reis. Era administrada por um Provedor, Escrivão, Tesoureiro e doze Irmãos.
No local da ermida de N. Sª da Estrela existiu em tempos antigos um convento de frades de S. Bernardo.

[1] - Data controversa. Frei Manuel da Esperança propôs 1235. História Seráfica, Tomo I.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008