segunda-feira, 16 de julho de 2007

Em voltas com a Luz….


1. Goethe,

homem de estado, poeta e cientista alemão, prestes a morrer, terá exclamado “Mehr licht!” – Mais luz! Seria interessante saber se foi o poeta ou cientista que falou. Como poeta poderia ter toda a luz do Mundo. Como cientista e olhando de soslaio, no campo da óptica, para Isaac Newton, tinha certamente necessidade de “mais Luz” para poder afirmar que Newton estava errado.


2. A Luz Oblíqua

A luz oblíqua da tarde
Morre e arde
Nas vidraças.

Nas coisas nascem fundas taças
Para a receber,
E ali eu vou beber.

A um canto cismo
Suspensa entre as horas e um abismo.

A vibração das coisas cresce.
Cada instante
No seu secreto murmurar é semelhante
A um jardim que verdeja e que floresce.

(Sofhia de Mello Breyner Andressen, em Dia do Mar, Editorial Caminho)


3. LUZ

Todo o deus é Deus em cada som
cada púcaro de barro
ou fio de azeite

Toda a flor é flor em cada estame
Ou folha. Toda a flor é Deus
Em cada grão de pólen.

Toda a mãe cortando o pão
Está no centro das estrelas.

Toda a luz

(José Fanha, em Tempo Azul, Campo das Letras)



3. À luz das estrelas

À luz das estrelas
o seu olhar
emprestava.
Passado
algum tempo
todo o universo
a mirava.

(João Alexandre, em Emoções, Edição: Câmara M Belmonte)

1 comentário:

Anónimo disse...

"olhos contempladores e pensadores, mão em mão seriais, movimento, montagem, montagem dasensibilidade, música vista(ouçam também com os olhos!), oh, caminhamos para a levitação na luz"
(Herberto Helder- antologia das vozes comunicantes da poesia moderna portuguesa.

Que esta luz torne visivel o mais infimo dos pontos luminosos do pensamento dos homens de bem.

Um abraço

Pinam