sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Covilhã em 1785 - Inquéritos Pombalinos
(continuação) Por Gabriel do Santos 1992 PRIMEIRA PARTE RECENSÃO AOS INQUÉRITOS PAROQUIAIS I - GEOGRAFIA E POPULAÇÃO A - SITUAÇÃO E INTERIORIDADE As respostas a estes quesitos (1º e 21º) revelam pequenas disparidades ou inferior conhecimento dos párocos. Se todos incluem sua freguesia no bispado e comarca da Guarda e termo da Covilhã (à excepção de Sarzedo, sujeito a Valhelhas), só o respondente da Covilhã e os priores do Ourondo e Tortosendo nomeiam a vila de Notável [1]. Já se notam maiores divergências na denominação da província: enquanto os párocos do Dominguiso, Ourondo, Paúl e Unhais da Serra se julgam pertencentes à Beira Baixa, os de Aldeia do Mato e Aldeia do Souto optam pela Beira Alta, quedando-se os restantes pela genérica Beira sem discriminações de altitude. Então, como hoje, a interioridade concelhia dificultava os contactos com os centros de decisão civil ou religiosa. Guarda sede do bispado e comarca, encontrava-se a uma distância variável entre quatro e dez léguas; Lisboa situava-se a quarenta ou cinquenta léguas. À distância acrescia a dificuldade do trânsito se efectuar por regiões montanhosas, com frequentes cursos de água. Note-se que a légua então usada era muito elástica, variando com o passo do caminhante e o maior ou menor cansaço do caminho. Mais que uma distância no terreno, correspondia ao tempo gasto em percorrê-lo. Teoricamente mediria entre 1500 e 3000 passos (2250 a 4500 metros - Dicionário de História de Portugal).Todavia, considera-se que a légua velha ultrapassaria os seis quilómetros.
[1] - Mercê concedida por D. Sebastião a 6-7-1570. ANTT, Chancelaria de D. Sebastião, livro 7, fª 254

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