sexta-feira, 29 de julho de 2011

As andorinhas-dos-beirais e… os Senhores da Guerra!

Terão chegado em Março. Ou talvez não. Efectuado o chek-in, este casal de andorinhas-dos-beirais, meu vizinho, embeveceu-se com a paisagem, com a gastronomia e voavam. Voavam sempre. Livremente, estivesse ou não o vento de feição. Desconheciam a fadiga. Voar é a sua paixão. A Primavera aproximava-se do fim inexoravelmente. Depois da tanto voar, o seu destino tinha de cumprir-se e, assim tardiamente, escolhido o terreno, planearam e começaram a construir a sua casa, no entanto:
Os invasores, indígenas quanto baste, andavam por perto e observavam todos os pequenos e grandes voos das andorinhas num vai e vem contínuo em busca dos materiais de construção: lama e palha.
Os andorinhóides, inexperientes por certo, depois de terem desperdiçado material, na fase inicial, suspenderam a construção (31-05-2011). Pela ausência de chuva, a cotação da lama subiu. E durante quinze dias dias não terão sequer visitado a sua obra. Entretanto, os invasores, em jeito de troika, na ausência dos legítimos donos, inspeccionaram (3-06-2011) “o imóvel” e certamente começaram sonhar: A desenvolver estratégias para a usurpação daquele espaço que parecia robusto e jeitoso para ali nascerem os seus filhotes.
E eis que as andorinhas regressam (17-06-2011). Cheias de fôlego que o Verão estava quase aí! Choveu, nos arredores, há lama que baste. Recomeça a construção. Desenfreadamente. E finalmente, nos dois dias seguintes, há ninho.  
Mas, eis que chegam os Senhores da Guerra – os invasores, essa pardalada, irrequieta e barulhenta que tanto come insectos, como se regala ao debicar a minha alface. Que não!  Aquele lugar e aquela obra mereciam luta.
Não entendi os seus gritos de guerra, nem a sua linguagem. Pardais e andorinhas sim.  Entenderam-se ou, melhor, desentenderam-se! A guerra teve lugar nesse dia de fins de Junho por volta das onze horas e quinze minutos. Alertado pelo barulho de ambas as partes observei os protagonistas nas suas acções de conquista e defesa (mas nesse dia o fotógrafo não estava lá, foi pena). Os pardais em maior número esvoaçavam rente ao inimigo e com o bico e unhas compridas, em riste, tentavam ferir as frágeis e solitárias andorinhas. Estas sem hipóteses em número e em agressividade renderam-se cerca de dez minutos depois. Sendo, agora, os pardais reis e senhores!
(continua)

Nesta fase, as obras foram suspensas: falta de material 

Vistoria/Inspecção







Este membro da troika observa. O outro? Foi a pé tomar café...



O regresso. Início da segunda fase








Vencida a Batalha: A posse.


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