segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Este Natal….

Fui pelo Natal. Estava lá tudo… Só faltava a maçã. A família, a aldeia, o presépio, o Menino, a fogueira. Viva e imponente nos seus cinco cepos da sobreira que caiu na Horta ao pé do Ribeirinho que nasce no Casal da Pires. São 7h e 35 m da manhã e estou só, ali ao pé da fogueira. As chaminés mal começam a fumegar. A aldeia acorda lentamente. Caminho até à Ponte. Ninguém. Continuo até à Lage e volto. Ninguém. Da ribeira, ao lado, nem murmúrio se ouve. Estou ao pé da fogueira. Ali, no Adro. Ninguém. Olho uma ténue coluna de fumo que se esfuma no ar. Os troncos antes incandescentes estão agora amodorrados e uma ligeira camada de cinza esbranquiçada cobre o lume que se adivinha vivo. Por instantes, fecho os olhos para ver outros Natais! …soube-me bem.

2 comentários:

Anónimo disse...

Magnifica esta descrição!

E tal como a ténue coluna de fumo,
também a aldeia se "esfuma" ano após ano.
As janelas e portas cerradas, as casas vazias, as ruas desertas. Em breve, só mesmo o fechar dos olhos nos transportará para outros Natais... infelizmente!

Ainda assim, Bom Ano, Sobral Filho e continue a
dar-nos esta beleza de palavras e sentimentos.

sobralfilho disse...

Mariita,
É pena. De facto o Sobral também se está a “esfumar”
E aqui também faço mea culpa…

Que o Ano Novo seja risonho.