quarta-feira, 24 de setembro de 2008

XISTOSIDADE…

(Fotos de Yvette Meyers)
Como é sabido a nossa aldeia, o Sobral, durante anos e anos, aproveitou natural e sabiamente a matéria-prima que tinha à sua disposição para construir as suas casas – o xisto. E na sequência do Homem ter aprendido a domesticar os animais (para seu conforto e subsistência) construi-lhes também as casas – os currais; (nos palheiros guardava-lhes a comida: o feno, a folha e as canas do milho), sempre com a mesma matéria-prima – o xisto. Em suma, poderemos dizer que no Sobral, na construção, se podia (e pode) utilizar o “xisto integral”: As paredes, as soleiras, as pavieiras, os peitoris das janelas e o telhado. Ora, perante esta “xistosidade” quase poderemos (ousar) perguntar porque razão o Sobral não integrou a Rede das Aldeias do Xisto? Ou o Xisto não foi um dos requisitos considerados válidos para pertencer ao grupo? É, contudo, reconfortante verificar que os turistas nacionais e estrangeiros apreciam, gostam, e amiúdas vezes com o seu olhar atento registam belas imagens dos (re)cantos e dos encantos Sobralenses! As imagens que se seguem são produto desse olhar atento de D. Yvette Meyers, esposa do nosso conterrâneo António Paiva.

6 comentários:

Anónimo disse...

Também me pergunto o que faltou... xisto não foi de certeza!
Quem dera, ainda assim, pudessemos preservar estas recantos, para que muitas outras Yvettes nos pudessem mostrar de quanta beleza a nossa terra é feita. Bem-haja!

sobralfilho disse...

Mariita,

A razão não se sabe. Outras aldeias de xisto, como Piódão, Chãs de Égua”
(e haverá outras) também, não fazem parte daquele Grupo.
Penso que no Sobral hoje há outra cultura e saber suficientes para que se preserve o que a Aldeia tem de melhor. E não falo só de xisto: Falo também dos moinhos, das levadas destes e das de rega. Por exemplo a levada da Eira, a da Laje (que regava as lezírias que estão ao lado da “Praia Fluvial” e aquela (já me não lembro do nome) que regava as lezírias que estão perto do lagar cimeiro. Estas que estão praticamente dentro da Aldeia deviam de estar prontas a utilizar (quer se regasse ou não). A seguir fazer a sua promoção junto das Escolas na Cidade)para propiciar visitas de estudo…

Anónimo disse...

É verdade, seria uma óptima ideia! São riquezas a preservar e mostrar, assim haja vontade... mas quem o poderá fazer?

sobralfilho disse...

Mariita,
Aqui começa a dificuldade. Mesmo numa situação economicamente favorável a primeira coisa em que se pensa é se a ideia/projecto é ou não rentável. E sabemos que mesmo nessa situação a rentabilidade não seria imediata, nem de fácil quantificação. E muitos dizer-nos-iam que seria “deitar dinheiro à rua”.
Ora, com a situação económica actual o grau de dificuldade aumenta e esta “ideia” (que não é só minha) parece excêntrica.
De qualquer modo quem o poderia fazer seriam os actuais donos das terras que elas iriam regar e a Junta de Freguesia, considerando que os trabalhos seriam orientados para componente de rega e turística: claro, não seriam as “levadas da madeira” mas seriam as levadas do Sobral…

sobralfilho disse...

Digo: "levadas da Madeira"

Anónimo disse...

Bem visto! O pior é mesmo o consenso, que no Sobral me parece ser assim um bocadinho difícil...