sábado, 19 de setembro de 2009

Ontem...

Ontem, olhei para o passado com lágrimas: As conversas com o Virgílio Ferreira eram sempre demoradas. Do (jornal) HEY JUVE – centro do nosso Universo – partíamos, em cumplicidade, para a grandiosidade de Raoul Follereau, de Hellen Keller, de João Cabral de Melo Neto e do seu poema de Natal “Morte e Vida Severina” adaptado à Televisão e ao Teatro em diversos países e levado também à cena no Salão Paroquial do Sobral, pelo Virgílio. Tínhamos, então, a estrada e o sonho.
- Morreu o meu amigo, dói-me a sua ausência…

4 comentários:

Mariita disse...

Pela pessoa que era, os ideais que tinha a beleza das palavras que dizia e a voz com que cantava, são recordações que estão gravadas e não se esquecerão nunca. Mas hoje, e em muitos dias que se vão seguir, as lágrimas bailam descontroladas tentando apaziguar a dor.
Perdemos um amigo, uma referência e ficamos muito mais pobres e sós.

sobralfilho disse...

É certo, Mariita, com a perda dum amigo fica-se mais pobre e morre-se também um pouco.

Anónimo disse...

Ainda lhe ouço, de Adamo, com a sua voz timbrada e forte, «Tombe la neige...», enquanto as mãos hábeis dedidalhavam a guitarra e me alimentavam o sonho de um dia ter uma... "O Virgilio morreu", anunciou-me a minha Mãe que antes me disse que ia transmitir-me uma notícia muito triste. As voltas da vida, que por longos anos nos haviam feito trilhar caminhos desencontrados, tinham-nos, por momentos breves, cheios de emoção e de recordação, proporcionado reencontro breve, à Ponte, no Sobral, há dois anos, creio. Revi o meu ídolo da juventude e até recordámos o gato que, junto com os coelhos, «alimentou» bocas esfomeadas, noite dentro, fria por certo, no final de umas «cenas», como agora se diria, no Salão Paroquial. Foste, Virgilio, Sem avisar! Malandro... isso não se fazia... Espero que onde estejas continues a ter uma guitarra, uma voz timbrada e forte e que aí não voltes a sentir a necessidade de cantar «Eles comem tudo, eles comem tudo, e não deixam nada».
A homenagem do Manuel Lopes da Silva

sobralfilho disse...

Bela homenagem, Manuel.
Ele não. Mas, nós continuaremos a sentir essa necessidade de cantar/gritar essa canção!