Por Gabriel dos Santos
(Continuação)
E - REDE VIÁRIA
Três grandes eixos viários partiriam da Covilhã: um para Coimbra, outro até Lisboa e o terceiro subindo à Guarda.
Para Lisboa seguia-se em direcção ao Sul, pelo Fundão, Castelo Branco e Tomar, com ligações ao Alto Alentejo.
Quem quisesse ir até Coimbra poderia optar indo apanhar em Seia a Estrada Real da Beira ou, atravessando a serra do Açor, dirigir-se a Arganil e descer à Lusa Atenas. A travessia da serra não era fácil. Só admitia passagem na Rocha Fria, Açor, Pedras Lavradas, Aboaça, Picoto, Alfatema e Carvalhos Juntos.
Havendo muitas ribeiras de águas arrebatadas no Inverno, foi necessário unir suas margens com boas obras de engenharia.
A ribeira do Caia era atravessada por uma ponte de cantaria de três arcos junto ao Ourondo e havia mais dez ou doze de madeira em todo o seu leito e no dos afluentes.
O rio de Álvaro Pires, Teixoso, era cortado por duas pontes: uma de madeira, outra de cantaria, a Ponte Pedrinha.
O Zêzere permitia passagem em Valhelhas, com ponte de pedra. Havia duas de madeira, arruinadas, em Belmonte e Teixoso.
Junto à Boidobra a ponte de Alvares, com pegões e cortamares de pedra e estrutura superior de madeira, ligava a estrada que ia para o Ferro e Peraboa.
No termo do Tortosendo apresentava-se a Ponte Pedrinha com nove arcos (prior do Teixos) ou dez (cura do Barco).
O rio só volta a ser atravessado por ponte entre os dois Pedrógãos. Essa obra de engenharia mereceu a admiração dos párocos da Covilhã pela altura do seu único arco.
Outro modo de ligar as duas margens era a barcaça. No Barco existiam duas, sendo uma particular e pertencendo a outra à Irmandade do Santíssimo Sacramento. Prestava idêntico serviço a Irmandade do Santíssimo Sacramento do Peso com seu barco.
(Continua)
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