quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Inquéritos Pombalinos (continuação)

Por Gabriel dos Santos
(Continuação)
E - REDE VIÁRIA Três grandes eixos viários partiriam da Covilhã: um para Coimbra, outro até Lisboa e o terceiro subindo à Guarda. Para Lisboa seguia-se em direcção ao Sul, pelo Fundão, Castelo Branco e Tomar, com ligações ao Alto Alentejo. Quem quisesse ir até Coimbra poderia optar indo apanhar em Seia a Estrada Real da Beira ou, atravessando a serra do Açor, dirigir-se a Arganil e descer à Lusa Atenas. A travessia da serra não era fácil. Só admitia passagem na Rocha Fria, Açor, Pedras Lavradas, Aboaça, Picoto, Alfatema e Carvalhos Juntos. Havendo muitas ribeiras de águas arrebatadas no Inverno, foi necessário unir suas margens com boas obras de engenharia. A ribeira do Caia era atravessada por uma ponte de cantaria de três arcos junto ao Ourondo e havia mais dez ou doze de madeira em todo o seu leito e no dos afluentes. O rio de Álvaro Pires, Teixoso, era cortado por duas pontes: uma de madeira, outra de cantaria, a Ponte Pedrinha. O Zêzere permitia passagem em Valhelhas, com ponte de pedra. Havia duas de madeira, arruinadas, em Belmonte e Teixoso. Junto à Boidobra a ponte de Alvares, com pegões e cortamares de pedra e estrutura superior de madeira, ligava a estrada que ia para o Ferro e Peraboa. No termo do Tortosendo apresentava-se a Ponte Pedrinha com nove arcos (prior do Teixos) ou dez (cura do Barco). O rio só volta a ser atravessado por ponte entre os dois Pedrógãos. Essa obra de engenharia mereceu a admiração dos párocos da Covilhã pela altura do seu único arco. Outro modo de ligar as duas margens era a barcaça. No Barco existiam duas, sendo uma particular e pertencendo a outra à Irmandade do Santíssimo Sacramento. Prestava idêntico serviço a Irmandade do Santíssimo Sacramento do Peso com seu barco.
(Continua)

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