quinta-feira, 3 de abril de 2008

POETAS DO SOBRAL

OUTRORA O SILÊNCIO DA CIDADE diariamente sentíamos a força das palavras caírem sobre nós tinham um sabor repetido nas estátuas e era inútil gritar as leis que nos regiam ou mesmo sofrer o sol que nos queimava silenciosamente as mãos construíam a única linguagem possível desse tempo contavam histórias antigas com sabor a saudade ─ histórias e nada mais muitas vezes quisemos contar das pessoas sinceramente a terra que pisavam. ─ pois porque não? mas era doloroso sentir uma aragem fria entranhar-se nos ossos ou a profundidade do silêncio alojado nas coisas compreendemos então um clima de morte na cidade e antes que secassem as árvores sentimos a urgência de partir Carlos Ortil (Publicado no JUVENIL, suplemento literário do Diário de Lisboa Nº. 648, em 18/11/69)

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