segunda-feira, 1 de junho de 2009

A criança fecha os olhos no muro

A criança fecha os olhos no muro

Conta o tempo que os amigos demoram

A transformar-se

Fecha os olhos no interior dos números

Olha para dentro e em redor e encontra-se

A si mesma

A criança pergunta se há-de ir ter consigo

Ela quer encontrar os amigos, ela quer

Que lhe respondam. Ela calcula a voz alta

A altura do muro, a progressão do silêncio

(Daniel Faria, Poesia – Edições quasi, Novembro de 2003)

2 comentários:

Mariita disse...

E ser criança é desde logo "inventar" que não pode haver muros mais altos que a imaginação e o sonho.
Por favor,continuemos todos a ser crianças!

sobralfilho disse...

Mariita,

E (lá)diz o poeta,António Gedeão "que o sonho comanda a vida/que sempre que um homem sonha"...