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quarta-feira, 17 de abril de 2013

Se acender a luz


1
Se acender a luz
Não morrerei sozinho

2
Ainda que adormeçam os pastores
Não se há-de tresmalhar a canção
Do forasteiro


(Poesia de Daniel Faria - Edições Quasi, 2003)


sábado, 13 de outubro de 2012

E MAIS UM LIVRO:


Do sempre amigo, conterrâneo e poeta, Laureano Soares. Terá lugar, no próximo dia 21 de Outubro (Domingo) pelas 15 horas, no Centre Communautaire de l'Esprit Saint d'Anjou, 8672, rue Forbin Janson, Montréal, o lançamento do seu último livro "Regards avec le coeur".

Parabéns, Laureano, um abraço  e que o vinho "escorra pelas gargantas"…

terça-feira, 10 de abril de 2012

A CASA ACORDA

O mês de Março entra alegre
transparente e bulicioso
pela janela.

Tudo é ouro
na preguiça com que o sol
vem beijar
a intimidade da casa.

Os lagartos começam a acordar.

As abelhas dançam.
Digo blue. Blau. Azul.
E até a brisa é verde.



(José Fanha. In “Tempo Azul”-  Campo das Letras, Editores, S.A.)


quinta-feira, 14 de outubro de 2010

TUDO O QUE TE DISSER

[Poema de Manual António Pina Ciclo - Na cidade da Guarda em (16/22) Janeiro de 2010]

domingo, 21 de março de 2010

(Dia mundial da poesia) ENTÃO, QUE AVANCEM: OS POETAS

A PORTA Alguma coisa fora de mim está escondida em mim como um coração exterior Às vezes canta mesmo a meu lado com a minha voz como se tivesse eu cantado Talvez estas lágrimas não me pertençam nem este momento nem este sentimento de este sentimento Que rosto real me olha e se vê? Que porta física tenho que passar? (Manuel António Pina, “poesia reunida”, ed. Assírio & Alvim) _________________ REZA DA MANHÃ DE MAIO Senhor, dai-me a inocência dos animais Para que eu possa beber nesta manhã A harmonia e a força das coisas naturais. Apagai a máscara vazia e vã De humanidade, Apagai a vaidade, Para que eu me perca e me dissolva Na perfeição da manhã E para que o vento me devolva A parte de mim que vive À beira dum jardim que só eu tive. (Sophia de Mello Breyner Andresen, “Dia do Mar” Ed. Caminho)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

POETAS DO SOBRAL

PARA TI

sem palavras entre nós

é que o tempo correu

desde a última vez que te falei.

tinhas nesse tempo

uma voz de madrugada

inconscientemente fundida nos gestos

e nos teus olhos havia palavras francas

que os teus lábios acariciavam

com sorrisos de pessoa adulta

(parecias quase uma mulher)

lembras-te?

hoje tens um poema começado nos dedos

com bases firmes nas raízes dos cabelos

os teus braços estendidos

têm uma linguagem correcta dos versos

as mãos a noção exacta do tema

e começo a notar-te profundamente a obra no rosto

(há-de ser uma obra diferente como tu disseste)

quando tu fores toda um poema

eu hei-de procurar a tua leitura

porque sempre gostei de ler bons poemas.

(Carlos Ortil – Hey-jUve, 2/11/1969)

sábado, 27 de junho de 2009

A cabreira

(…)

«Ai que bonita cabreira…

«Que lá em baixo vejo estar!

«E uma cabra toda branca,

«Que nem se deixa fitar,

«Meus criados e escudeiros,

«Ide a cabreira buscar.»

Isto dizia a rainha,

Este foi o seu mandar.

(…)

(Júlio Dinis, “As Pupilas do Senhor Reitor”)

domingo, 14 de junho de 2009

MEGALITO

MEGALITO Um dia serei um megalito. Não sei porque é que esta palavra desenhada claramente numa grande planície deserta se insinuou nos meus olhos. Sei apenas que um dia serei um megalito vestido de musgo e brumas. Um megalito pautando uma vasta paisagem musical. Um megalito tocado pelo vento e pela ideia. Juntarei então em meu redor amigos mulher e filhos no grande baile das folhas que se vão chegando à terra. (José Fanha; Tempo azul, Campo das Letras - Editores S.A.,2002)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

TEXTURAS

A publicação do post “Presença” http://nasciaqui-sobraldesaomiguel.blogspot.com/2009/05/presenca.html Serviu de mote a Laureano Soares, poeta, conterrâneo e amigo, para mais um dos seus poemas que partilho convosco: Para lá daquela porta « Havia um coração grande Para lá daquela porta » Onde ânsias e aspirações Se viviam noite e dia E no Inverno se sentia Vindo das fendas da porta O frio que gela e corta. E num só, dois corações Para lá daquela porta Comiam nabos da horta Aquecendo-se à lareira Iam nutrindo ilusões. E nos sulcos das ombreiras Dessa linda porta antiga Deixaram bem esculpida P’ras vindouras gerações Uma riqueza de outrora Que é lentamente esquecida. Essa porta abandonada Que linda ! Se restaurada P’ra testemunho e louvor Às mãos que com tanto amor Por elas foi cinzelada. Para lá daquela porta… Viveram dois corações Deram amor, deram vida A futuras gerações. (Laureano Soares)

segunda-feira, 1 de junho de 2009

A criança fecha os olhos no muro

A criança fecha os olhos no muro

Conta o tempo que os amigos demoram

A transformar-se

Fecha os olhos no interior dos números

Olha para dentro e em redor e encontra-se

A si mesma

A criança pergunta se há-de ir ter consigo

Ela quer encontrar os amigos, ela quer

Que lhe respondam. Ela calcula a voz alta

A altura do muro, a progressão do silêncio

(Daniel Faria, Poesia – Edições quasi, Novembro de 2003)

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Poetas do Sobral

EXTASE

Par ton regard qui pâme ô belle et douce fée!

Je me sens envoûté, conquis, par cette flamme

Qui brûle et qui enflamme um coeur transfiguré

Amoureux, perturbé jusqu’au fond de mon âme.

Approche-toi plus près mes lèvres te réclament,

Et ma voix te proclame, ô divine beauté!

Pour toi, m’immolerais! Ce qui serait un drame

Détruisant la gamme à cet hymne enchanté.

Je veux vivre sans heurt sans peine ou amertume

Léger comme une plume, apprivoiser ton coeur,

Déguster ta freîcheur, qui rien, rien ne consume.

Suprprimer la coutume, écrire en une phrase

Le tout avec emphase et en toute splendeur,

Sombrer dans la douceur d’une sublime extase.

(Laureano Soares in De sable et d’eau claire,

Collectif de poésie du Cercle des Poètes de la Montérégie

[Impression: Le Caïus du Livre, Montréal, Canada])