
PARA TI
sem palavras entre nós
é que o tempo correu
desde a última vez que te falei.
tinhas nesse tempo
uma voz de madrugada
inconscientemente fundida nos gestos
e nos teus olhos havia palavras francas
que os teus lábios acariciavam
com sorrisos de pessoa adulta
(parecias quase uma mulher)
lembras-te?
hoje tens um poema começado nos dedos
com bases firmes nas raízes dos cabelos
os teus braços estendidos
têm uma linguagem correcta dos versos
as mãos a noção exacta do tema
e começo a notar-te profundamente a obra no rosto
(há-de ser uma obra diferente como tu disseste)
quando tu fores toda um poema
eu hei-de procurar a tua leitura
porque sempre gostei de ler bons poemas.
(Carlos Ortil – Hey-jUve, 2/11/1969)
2 comentários:
Linda poesia!
Obrigado Sobralfilho por nos brindares de vez em quando com estes textos de grandes poetas da nossa querida Aldeia.
Gostaria de o fazer mais vezes.Desde que cheguem ao meu conhecimento faço-o com gosto.
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