quinta-feira, 21 de abril de 2011

A Saga do Sanatório… a sua vandalização ou, já agora, a sua (presumível) recuperação! (1)

No dia 28 de Maio de 1940, publicava o Jornal a Voz (afecto ao regime), numa página dedicada à Covilhã, Idanha-a-Nova e Belmonte, num artigo titulado por “A Cidade-Fabrica” o seguinte: “O Sanatório Ferroviário Todavia, construído na Serra encontra-se há anos concluido e abandonado aos cuidados dum guarda um magestoso sanatório (talvez o melhor e mais rico do país) porque, segundo se afirma, é tão completa e perfeita a sua instalação, que se torna práticamente impossível explorá-la no sentido comercial, e, certamente muito menos ainda, por intermédio da Caixa de Reformas e Pensões do pessoal ferroviário do Estado, que o instituiu ou teve que aceitar como herança de determinado acto da Administração Central, daqueles antigos serviços do Estado. O certo é que se consumiram ali dez mil contos, como nos informaram, e o edifício continua abandonado sem nenhuma utilidade. Ora entre os vários alvitres, que tenho ouvido, no proposito de remediar uma tão grande falta, um há que se afigurou ao espirito de todos os covilhanenses única solução para o caso, e que, de certa maneira seria mais um elemento de valorização e progresso para tão nobre terra. Nada mais fácil se, como é natural, não surgirem as costumadas peias burocráticas O Estado mercê de qualquer operação, cuja modalidade não interessa, mas sempre seria fácil de efectivar, por intermedio da Fundação Nacional para a alegria do Trabalho, ou até, por qualquer arranjo com a Camara Municipal, por intermedio da sua repartição de Turismo, sem encargos materiais, para uma ou para outra. Obtinha a posse do edifício do Sanatório se é que a não tem, e destinava-o obrigatoriamente às Colónias de Férias de Cura ou de Repouso, dos trabalhadores integrados na Organização Corporativa. Este hipótese, que parece extraordinária e ousada, coaduna-se, cremos, com o mais ponderado bom senso e com uma aprofundada analise da situação. Receitas para a manutenção de tão útil como necessario empreendimento, como obtê-los? – pode-se perguntar – Muito facilmente. Bastaria que os Sindicatos Nacionais superiormente autorizados e aconselhados acarinhassem a ideia e fizessem dela uma causa própria sua. Os doentes teriam ali o seu periodo de restabelecimento e os convalescentes ou fatigados, repouso e distracção tão necessários no retempero das sua forças físicas e ao incitamento à faina nos restantes meses do ano. Talvez mesmo só assim se possa tirar utilidade dos periodos obrigatorios de ferias, que a lei estatuiu. Porque a ideia é generosa e humana. “A Voz” a acarinha. Logo que possamos voltaremos ao assunto.”
(continua)

3 comentários:

VOX UNIUS VOX NULLIUS disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
sobralfilho disse...

A memória já vai falhando! + de 50 anos de memórias fazem mossa...

VOX UNIUS VOX NULLIUS disse...

Sr. António, pedia-Lhe o favor de me responder por mail a algumas questões do seu tempo no Sanatório? Pedia-Lhe o favor que entresse em contacto comigo para o meu mail: luismncosta@gmail.com

Grato pela sua melhor atenção, LC